domingo, 25 de março de 2018

Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 101

UM DEBATE MARXISTA SOBRE ARTE E POLÍTICA:

Militante 1: - Para o marxismo questões estéticas não são luxo. A arte deve ser uma arma ideológica nas mãos dos trabalhadores. Abaixo o diletantismo e que venham os inimigos da arte política !

Militante 2: - Calma camarada! Você está desconsiderando as leis da arte. A arte contribui com a Revolução socialista enquanto arte e não enquanto peça de propaganda

Militante 1: - Qual é a sua camarada? Será que seu pretenso marxismo não é lero lero para ocultar a doutrina da " arte pela arte "?

Militante 2: - Você não me conhece camarada! Acredito que a arte revolucionária deve dar conta das exigências libertárias da própria arte: independentemente de existirem stalinistas disfarçados como você, a arte do nosso tempo liga-se à revolução pelas leis da história e não por decretos políticos!

Militante 3: Por uma questão de ordem! Eu penso que os 2 camaradas estão incorrendo sobre questões importantes. Entretanto, vocês estão caindo numa linguagem abstrata... A maioria dos trabalhadores não sabe do que vocês estão falando . Precisamos trabalhar com situações concretas. Vejam só: a miséria aumentou... O desemprego no Brasil ainda é muito grande. A mídia capitalista joga com mocinhos e bandidos, e sabemos que somente a análise dialética derruba toda esta baboseira. Pois bem: enquanto a direita cresce no país, os trabalhadores estão sem referências históricas de luta. Como falar em arte revolucionária sem que esta arte exista entre os trabalhadores?

Militante 1: - E o rap? Vai dizer que é cultura burguesa?

Militante 3:- Não, não é isso... Só estou dizendo que a arte revolucionária só poderá se desenvolver a partir da realidade proletária e não com artistas pequeno burgueses como você dizendo o que é arte revolucionária

Militante 1: - Pequeno burguês é a vovozinha! 

Militante 4: - Calma camarada! Ele levantou uma questão fundamental: sim, cabe aos artistas trabalhadores elaborarem arte revolucionária. Mas, temos um problema: existe literatura periférica, grafite, rap , samba e muitas outras manifestações que expressam inconformismo político. Tá legal, mas embora toda esta produção seja fundamental, ela não é necessariamente  revolucionária!

Militante 3: - Pois é, a questão é que a crítica marxista precisa adentrar por este contexto social e impulsionar a politização destas formas artísticas. Sim, nós somos trabalhadores. Mas a maioria da população atola na alienação... Artistas trabalhadores precisam se familiarizar com as lições fundamentais de Marx e Engels. 

Militante 2:- Sem contar que os trabalhadores precisam assimilar as heranças estéticas do passado, precisam, além de formação política, de formação cultural. A esquerda precisa agir neste sentido!


Militante 3: - Temos um longo trabalho cultural pela frente. Mas não sejamos idealistas: o ritmo da luta de classes deverá provocar a emergência de novas formas de arte revolucionária. 


domingo, 18 de março de 2018

Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 100

Em breve:

ESBOÇO PARA UM POSSÍVEL " CINEMA OPERÁRIO ". 

Um rascunho audiovisual que tem como objetivo debater:

1- A produção audiovisual de cineastas trabalhadores

2- A formação histórica, política, literária, filosófica e cinematográfica dos cineastas trabalhadores

3- A necessidade ou não do cinema se relacionar com estruturas literárias(o cinema deve necessariamente contar uma história? Como a literatura revolucionária se relaciona com a dinâmica específica do filme revolucionário?)

4- Como produzir e circular filmes revolucionários? A NECESSIDADE DE SOVIETS DE CINEASTAS

5- Como estruturar e estudar as formas de circulação e recepção de filmes revolucionários junto a uma platéia formada por trabalhadores ?

 

domingo, 11 de março de 2018

Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 99

Representar, ver, fazer enxergar.

TRABALHO MANUAL
TRABALHO INTELECTUAL

(marca da história das civilizações)

Basta ser um artista trabalhador para se produzir arte revolucionária?

RESPOSTAS:

- Não, é necessário possuir uma ideologia revolucionária que integra-se esteticamente à obra/manifestação artística

- Não, mas é preciso ter cuidado para a obra de arte não se tornar mero produto ideologizante. Afinal...

ALGUÉM INTERROMPE BRUSCAMENTE A RESPOSTA ANTERIOR:

- Por que?! A obra de arte não pode ser um panfleto? Sua afirmação oculta um juízo burguês na definição de arte

- Vai se ferrar! Você é que não sabe a diferença entre arte e propaganda!

DEBATES, DEBATES, DEBATES, DEBATES... DE FATO, É NECESSÁRIO REALIZAR O DEBATE ESTÉTICO!

Resposta unânime entre os debatedores:

A ARTE DEVE SER A NEGAÇÃO DO TRABALHO ALIENADO. A CLASSE MÉDIA ESGOTOU SUAS POSSIBILIDADES DE INOVAÇÃO CULTURAL. O DESTINO DA CULTURA É O DESTINO POLÍTICO DA CLASSE TRABALHADORA EM LUTA. 


domingo, 4 de março de 2018

Boletim Lanterna. Ano 08. Edição 98

Sabemos que o cérebro é uma tela aonde o desdobramento dos acontecimentos externos é projetado. Mas não se trata de um reflexo passivo do mundo. Trata-se de uma coordenação entre os fatos do mundo concreto.

A ARTE É UMA CONSTRUÇÃO QUE NÃO APRESENTA UM ESPELHO DA REALIDADE, MAS UMA EXPERIÊNCIA COM A REALIDADE. 

O tipo de experiência que a ARTE traz é a do CONFLITO. Quer dizer, EXPRESSÃO consciente ou inconsciente do movimento da HISTÓRIA.

Projeção estética da luta de classes

Deflexo da realidade através de imagens contraditórias 

Imagens do pensamento que revelam a dinâmica real de todas as coisas 

Lição básica que decorre das lições dialéticas de Marx e Engels.  

 Legados artísticos ? Ver/estudar a obra de artistas como  Serguei Eisenstein , Bertolt Brecht e Glauber Rocha.

NA ATUALIDADE, ESTA CONCEPÇÃO ADQUIRE UMA PROJEÇÃO INÉDITA, PROFUNDA ATRAVÉS DO USO POLÍTICO PROGRESSISTA DOS MEIOS DE PRODUÇÃO DA ERA DIGITAL.