domingo, 30 de julho de 2017

Boletim Lanterna. Ano 07. Edição 72

Bater na mesma tecla: para um militante não existe constrangimento nenhum em insistir nisso; em fazer com que a tecla do piano emita o som que desperte ou que a tecla do computador revele a palavra necessária para agir na consciência do leitor operário.A crise na direção política da esquerda brasileira é o problema central na organização da classe trabalhadora. Esta é uma questão fundamentalmente organizacional, partidária. Entretanto, existe uma outra questão que embora seja parte do mesmo problema, exige resoluções militantes específicas no campo da cultura.
  Um número surpreendentemente grande de trabalhadores brasileiros, desconhece a história do movimento operário brasileiro e internacional. Não reconhecendo, por exemplo, os símbolos, as imagens e a linguagem inaugurada pela Revolução russa de 1917, os trabalhadores torna-se desprovidos de referências históricas para sua luta hoje. O desconhecimento histórico soma-se assim com a ausência de instrumentos teóricos para que os trabalhadores possam analisar as causas objetivas que explicam sua pobreza, suas dificuldades. E o que a militância cultural, a ser devidamente ampliada/potencializada no seio do proletariado, teria propriamente a ver com isso?
  Se no Brasil de hoje a direita ganhou uma tremenda força política, é porque muitos trabalhadores não entendem que fazem parte de uma classe, e que portanto possuem um projeto político distinto dos interesses econômicos da classe dominante. Obvio demais? Nem tanto! Um trabalho cultural que visa colocar em circulação imagens e narrativas revolucionárias, coloca-se como um primeiro(e longo...) passo para reatar estéticas combativas com o coração e a mente do povo. Bater na mesma tecla significa em termos culturais estar sempre pronto para retomar(e corrigir, reavaliar) as estratégias necessárias para contribuir com o movimento político dos trabalhadores. Em termos literários e artísticos em geral, continuaremos a tentar espalhar palavras e imagens que devem encontrar-se com os rumos da história.
 

domingo, 2 de julho de 2017

Pausa para o café

O primeiro semestre de 2017 foi muito significativo para o nosso blog. Além de continuarmos a promover a reflexão estética( insistindo que a presença da arte é fundamental na luta política), passamos a realizar também pequenas experiências literárias. Tais experiências estão embasadas na ideia de que a literatura contribui com transformações significativas na consciência dos trabalhadores. Ainda que o alcance de nossas intervenções esteja muito, muito longe de ser aquele que desejamos(conhecemos bem nossos limites na realidade), pensamos que existe o mérito de fazermos deste periódico um rascunho para ideias, para  inquietações literárias. Trata-se antes de mais nada de uma insistente(e honesta) tentativa independente de participação. Voltaremos dentro de algumas semanas.