terça-feira, 30 de junho de 2015

" Pausa para o café ": voltaremos no final de julho



 Nada como uma xícara de café para nos recuperarmos da rotina exaustiva. Mas não é aquele café que a burguesia permite antes de retomar a exploração capitalista. Não, este é um café entre camaradas que após um semestre de militância cultural e colaboração com o nosso blog, precisam dar um tempo.  Como é de praxe, daremos uma pausa em nossas atividades para depois retornarmos com a corda toda. Voltaremos com o periódico LANTERNA: Boletim de Arte Revolucionária, no final do mês de julho. É rapidinho: é o tempo de um café para rebater o cansaço.



                                                                                  Conselho Editorial Lanterna

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Novo só pode ser o Cinema Novo:


 Não dá pra entender o culto alienante que muitos jovens fazem ao cinema comercial. Sejam os filmes hollywoodianos, sejam os filmes comerciais feitos no Brasil de hoje, estes não podem pela sua estrutura massificada e previsibilidade estética apontarem para o novo. Aliás, a palavra  " novo " não se confunde aqui com deslumbramento tecnológico: o novo em seu sentido artístico e político é necessariamente revolucionário.
 As novas tecnologias existem, mas qual é a ideologia de quem filma? O que ele conhece em termos de literatura? Qual é a sua noção de teatro? Qual é a sua formação política? Posto que as respostas passam longe da academia, é preciso que o cineasta concentre-se numa formação crítica revolucionária. Tratando-se de cinema, este cineasta vai encontrar suas referências no Cinema Novo dos anos sessenta: é preciso que o cinema olhe mais uma vez(e de uma maneira nova) para os problemas econômicos e políticos do seu povo.



                                                                                               José Ferroso

sexta-feira, 26 de junho de 2015

A contribuição cultural soviética:


Não se deixem levar pelos comentários medíocres de intelectuais burgueses quando estes enchem a boca torta para falar da arte na ex-União Soviética. Se o realismo socialista destruiu a revolução cultural impulsionada pelas vanguardas artísticas da década de vinte, não dá pra dizer que tudo era zdanovismo. O que os reacionários querem fazer crer é que as relações entre arte e revolução dão com os burros na água. Isto não é verdade, por uma elementar razão histórica: o problema está no stalinismo cultural e não nos artistas revolucionários.
 Na hora de averiguar a História da Revolução russa, que as experiências estéticas como o construtivismo russo, sejam valorizadas. Vamos desmentir o que os reacionários não querem deixar a juventude enxergar.



                                                                                             Os Independentes

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Escrever é participar:

Se existe algo que é difícil de aguentar, são aqueles jovens militantes de esquerda que além de não terem lido Marx, são tomados pelo sectarismo. Muitas vezes estes dizem que é preciso menos palavras e mais ações. Como assim? Como é possível separar o texto escrito da ação política? Nem estou falando de jornalismo ou de textos científicos, mas de obras literárias: romances, poemas e contos podem fazer um estrago ideológico na ordem burguesa.
 Escrever, criar, produzir literatura, não é algo que está alheio da luta política. Ao contrário: escrever é agir politicamente. É interferir na sensibilidade  do leitor. É interpretar criticamente a sociedade que o leitor faz parte. Quem tiver tutano sabe que isto pode ser altamente subversivo.


                                                                                               Marta Dinamite

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Cantar ou não cantar em Israel?



Pois é, a polêmica parece não ter fim: Caetano Veloso respondeu a Roger Waters sobre o pedido deste último para o cancelamento do show do compositor brasileiro em Israel. Na carta que foi publicada no jornal O Globo, Caetano afirma que gostaria de ver Israel e Palestina como Estados soberanos.  O músico defendeu ainda o direito de ter a sua própria maneira de pensar, ainda que ele seja contrário à política de Israel. Como posicionar-se diante destes dois gigantes que ajudaram a revolucionar a música no século XX ? Ao que tudo indica a questão é, sob o ponto de vista político, bem mais complexa do que simplesmente cantar ou não em Israel.
  Tanto Caetano Veloso, quanto Gilberto Gil e a banda Pink Floyd revolucionaram esteticamente a música. Porém,  a exemplo de quase tudo aquilo que existe na produção musical, são vinculados às práticas capitalistas da indústria. Ainda que isto esteja longe de desqualificar a qualidade e os aspectos progressistas da música destes artistas, o fato é que um músico não passa a ser politicamente avançado pelo fato cantar ou não em um país imperialista. Isto é pouco: se a questão é cobrar uma posição política do músico, é preciso que este atue junto ao movimento dos trabalhadores para lutar contra o conjunto das formas de dominação do capital. Seria preciso não apenas romper relações com Israel, mas com os EUA, a Inglaterra, o Japão e qualquer outra potência capitalista. As relações entre música e política são bem mais profundas... Por hora, vamos ouvir e aprender com as formas libertárias contidas na música, de Caetano, Gil e Pink Floyd.


                                                                                                Tupinik  

terça-feira, 23 de junho de 2015

Artistas contra a onda reacionária:

O Brasil está numa tremenda sinuca de bico. Um verdadeiro culto à repressão policial vem acompanhado de racismo, homofobia e outras formas de intolerância. Este cenário hostil ao pensamento crítico, hostil às formas de liberdade, está sendo respondido pelos artistas mais conscientes em shows e saraus. Rappers, funkeiros, poetas e os mais diversos compositores reagem contra o conservadorismo.   Em tempos de polarização ideológica, em que a religião por exemplo converte-se em instrumento de repressão, a arte possui uma missão histórica baseada na denúncia e na reflexão política. Esta consciência crítica da arte manifestou-se por exemplo na última edição da Virada Cultural em São Paulo, quando artistas " abriram fogo " em suas apresentações contra uma época de conservadorismo. É vital que toda esta oposição cultural desemboque numa posição política revolucionária.


                                                                                                 Os Independentes

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O legado de Paulo Emílio Sales Gomes:


Definitivamente a crítica cinematográfica no Brasil ganhou maioridade intelectual com Paulo Emílio Sales Gomes. Num momento em que a juventude necessita de referências teóricas para pensar o cinema brasileiro, o legado de Paulo Emílio ressurge. Chega às livrarias " O Cinema no Século ", volume que anuncia a reedição da obra do crítico de cinema(o livro saiu pela Companhia das Letras). Militante socialista, crítico e historiador do cinema, Paulo Emílio pertenceu a uma interessantíssima geração de intelectuais que ajudou na modernização da cultura brasileira, sobretudo entre os anos quarenta e cinquenta.
 Além de ter participado da lendária revista " Clima " , Paulo Emílio Sales Gomes trouxe análises pioneiras sobre o cinema de Humberto Mauro e do francês Jean Vigo. Enquanto homem de esquerda, o crítico soube valorizar o caráter estético das obras de arte e  diferenciar-se da mediocridade intelectual dos stalinistas. Paulo Emílio é uma referência para o nosso pensamento cinematográfico.


                                                                                               Lúcia Gravas

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Qual é a do futurismo?


 Já se passaram mais de cem anos desde que o movimento futurista apresentou seu programa estético destruidor. Se as ideias de Marinetti fizeram um barulho dos diabos no século passado, como avaliar suas heranças hoje? Esta é uma resposta muito ampla: a noção de novidade contra a tradição é algo que se perdeu numa sociedade em que a tecnologia está submetida aos imperativos do planejamento superado.  A sensibilidade futurista e sua ingênua crença no maquinismo enquanto meio de emancipação humana, ficou lá no século XX. Porém, sua revolta elétrica contra o status quo nos obriga a situar suas heranças no delicado âmbito das ideologias políticas.
 Apesar de uma certa origem anarquista(escritores futuristas não escondiam em sua juventude o fascínio por Bakunin) a italianada futurista atolou o pé no totalitarismo de Mussolini. Mas nem todas as tendências do futurismo compactuaram com  fascismo: Maiakóvski e Oswald de Andrade que o digam! Hoje em dia, as liberdades formais encontradas na poesia futurista, devem ser aproveitadas na criação de uma arte violenta que visa agitar o coração dos trabalhadores na direção do socialismo.


                                                                                           Geraldo Vermelhão

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Arte e o confronto ideológico:

A estrutura interna da obra de arte pode ser portadora de uma realidade que choca-se ou inviabiliza a insuportável realidade da sociedade capitalista. Longe de representar evasão este fato possui implicações políticas que, se devidamente aproveitadas pelo artista militante, pode denunciar ou desmascarar as formas da ideologia dominante.
 A arte realizada a partir das suas própria leis, transgride os códigos de linguagem do modo de produção estabelecido. A realidade paralela da arte não propicia fuga mas reivindica a necessidade de ruptura política.


                                                                                     Os Independentes

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Brecht está no TUCA



 Está em cartaz no TUCA(Teatro da Universidade Católica de São Paulo) uma montagem da peça Vida de Galileu , do teatrólogo e dramaturgo alemão Bertolt Brecht. O espetáculo dirigido por Cibele Forjaz , traz um texto que já fez barulho anteriormente no teatro brasileiro; basta lembrar da montagem que o grupo do Teatro Oficina fez de Galileu Galilei, em 1968. Em cartaz até o dia 30 de agosto, o espetáculo se dá num momento em que o Brasil é atravessado por seríssimas polarizações e graves confusões ideológicas. Independentemente da leitura que o espetáculo faz em relação ao momento político que vivemos, o fato é que a dramaturgia de Brecht possibilita questionamento, propicia a reflexão. Isto é imprescindível pelo fato das noções de esquerda e direita estarem bagunçadas na cabeça de muitos trabalhadores brasileiros. É o distanciamento crítico que pode auxiliar no esclarecimento dos espectadores.
  A razão que pauta tanto a ciência de Galileu no século XVII quanto a própria estética do teatro de Brecht, exige distanciamento na hora de avaliarmos o momento político atual. Intolerância, repressão policial e obscurantismo religioso são elementos que pedem um texto da envergadura crítica de Brecht. Um país atravessado por desigualdades econômicas e por todo tipo de oportunismo político, precisa ser pensado por uma concepção teatral que tem por instrumento a dialética.

                                                                                           Lenito

terça-feira, 16 de junho de 2015

Atualidade do cinema expressionista:


Em tempos de crise econômica a percepção alimenta imagens distorcidas. Estamos falando do Brasil de 2015? Talvez sim. O fato é que as imagens dos filmes calcados numa alienação solar e com risadinhas de classe média, contrastam com a realidade concreta de um país a beira do abismo. Mas como o cinema pode lidar com tempos sombrios?. Durante a República de Weimar, na Alemanha, o expressionismo respondia com sua natureza macabra e caótica a crise na economia. Portanto, diferentemente daquilo que muitos jovens pensam, o expressionismo alemão não algo " cult ", não é um luxo. A estética expressionista é a exteriorização da dor e do desespero no coração da civilização capitalista.
 Não tem o menor sentido pretender um repeteco do expressionismo alemão. Porém, sua estética pode ser um combustível sinistro para pesquisas artísticas nestes dias de crise.


                                                                                    Geraldo Vermelhão

segunda-feira, 15 de junho de 2015

A radicalidade do corpo-arte:


A morte recente do artista norte americano Chris Burden se dá num momento em que suas ideias, suas estratégias expressivas, não foram superadas. A arte de Burden ainda é um terreno fértil, seja sob do ponto de vista da radicalidade, seja de uma estratégia corporal que ainda não esgotou seus recursos expressivos. Chris Burden foi um cara que desenvolveu suas pesquisas artísticas no centro do furacão contracultural: suas polêmicas performances deram-se nos EUA dos anos sessenta e setenta. Era um momento em que a juventude testava todos os limites do corpo. Tratava-se de Eros contra a guerra imperialista do Vietnã.
  As polêmicas intervenções de Burden como " Shoot " (1971), " Trough the Night Sofly(1973) e " Trans-fixed " (1974)  mostram que em tempos de revolta e convulsões sociais, a arte tende a canalizar no corpo o movimento da História.


                                                                                         Marta Dinamite

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O poema de amor pode ser subversivo:


A esquerda plantada na aridez do stalinismo nunca compreendeu as implicações libertárias do poema de amor. Não é " batatinha quando nasce " não. A expressão profana, carnal e delirante do amor na composição de um poema, é um desafio aos valores da burguesia. Quando a poesia torna-se um veículo para a exteriorização do desejo, o objeto de amor é colocado em primeiro plano. Sendo assim a exploração do trabalho e os dogmas religiosos são recusados por aqueles que amam loucamente. Que ninguém duvide das qualidades libertárias que o poema de amor pode ter. Querem saber mais? Leiam André Breton.


                                                                                                            Tupinik

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A canção de protesto em Geraldo Vandré:


É preciso que pensemos o legado da canção de protesto no Brasil. Neste campo a contribuição de Vandré é ímpar, forte e extremamente contundente. Dentro da oposição musical que se fez durante a ditadura militar(1964-1985) Vandré foi mais longe que todos em termos de ousadia política. Engana-se quem pensa que " Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores " , de 1968, é uma canção manjada, desgastada pelo tempo. Num momento em que setores de uma direita delirante pede pela volta dos militares ao poder, esta e outras canções de Vandré possuem um potencial político tremendo.
 Pode-se realizar o debate estético sobre a música popular. Pode-se discordar da linha musical de Vandré. Mas quem pode deixar de prestar atenção na ousadia , na coragem artística do jovem Geraldo Vandré?


                                                                                                     José Ferroso

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Romantismo revolucionário:


Diante de uma onda reacionária, caracterizada por gente que fica nostálgica perante as brutalidades e os crimes da ditadura militar(1964-1985), o Brasil necessita de pensadores que teorizam a cultura e a política sob o ponto de vista revolucionário. Michael Lowy é certamente um destes autores que nos ajudam no fortalecimento de uma oposição de esquerda. O lançamento de uma nova edição de Revolta e Melancolia, obra de Lowy e Robert Sayre(o livro saiu pela Boitempo) é uma bela oportunidade para refletirmos sobre um conceito importantíssimo: o romantismo revolucionário.
 Lowy e Sayre nos mostram que o romantismo não envolve simplesmente um movimento literário. Se a arte é um aspecto fundamental nos modos de expressão do romantismo, este último é antes uma postura e uma sensibilidade rebelde que percorrem desde o século XIX a cultura ocidental. Resgatando as experiências revolucionárias do passado, o romantismo revolucionário bebe nas mais diversas manifestações progressistas da literatura, das artes plásticas e da filosofia para agir sobre o presente. Não tenhamos dúvidas de que a teoria do romantismo revolucionário, encontrada em gente como Walter Benjamin e André Breton, é fundamental para o desenvolvimento dos debates culturais dentro do marxismo.


                                                                                                       Os independentes  

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Porque os artistas não podem ficar em silêncio:

 Artista que é artista não fica parado: enquanto criador ele está sempre se movendo, se posicionando, exprimindo ideias, sensações e atitudes que precisam entrar em choque com a realidade intolerável do capitalismo. Nada de restrições: se os stalinistas encheram o saco com o realismo socialista, ninguém é besta de acreditar que a arte livre é a arte voltada para o consumismo.
 O verdadeiro artista socialista precisa livrar-se de vez dos esteriótipos do zdanovismo. Mas isto não significa que ele toque a flauta do mercado. Não dá para ficar em silêncio sob nenhuma forma de dominação política: seja o stalinismo, o fascismo ou a democracia burguesa e sua liberdade de faz de conta.


                                                                                          José Ferroso

A música que não pode ser ignorada:


É de se esperar que muita gente de esquerda jogue pedras em alguns importantes músicos dos anos sessenta. A polêmica envolvendo shows em Israel de gente como Gil, Caetano e os Stones, fazem com que parte significativa do legado musical dos anos sessenta, caia em descrédito em alguns ambientes de esquerda. Porém, não façamos confusões: a contribuição libertária da geração de músicos com mais de setenta é inegável. Embora coesão política(algo difícil de se cobrar dentro da indústria cultural) não seja o forte destes artistas, nenhum músico que pretenda colocar o seu trabalho na contramão pode deixar de ouvir os discos dos músicos desta geração.


                                                                                         Os Independentes

sexta-feira, 5 de junho de 2015

A luta do artista contra a repressão:


Criar sob o ponto de vista artístico consiste em exteriorizar. Neste processo para parir imagens, existem barreiras impostas pela classe dominante: um bloqueio psíquico garantido por cultura feita de cadeados, impede em muitos casos que a arte cumpra o papel de libertar o corpo/consciência das formas de repressão. Toda castração é resultado da educação alienante que procura bloquear na população a necessidade da luta política e a abertura para novas experiências estéticas.Porém, os trabalhadores organizados e os artistas conscientes sabem que é preciso enfrentar a situação com coragem/criatividade.
 O  artista que possui clareza/entendimento acerca da realidade política, sabe que a autentica arte é necessariamente contra o Estado capitalista. De um lado estão os artistas que acreditam no sucesso: esses babam ovo para a burguesia. Do outro, estão aqueles que estão ao lado da classe operária lutando contra todas as formas de repressão.


                                                                           Os Independentes

quinta-feira, 4 de junho de 2015

O que falta é delírio e atrevimento:


Dentro da arte que almeja demolir o gosto e os valores burgueses, não se deve meditar tanto sobre filosofia política. Se estar contra a cultura dominante pressupõe necessariamente uma posição política anticapitalista, a criação artística é mais do que uma relação causal como um determinado pensamento político. Se sempre fazemos questão de elogiar o ponto de vista e a atuação dos surrealistas, dadaístas e de gente metida com contracultura, é porque estes apresentam um tipo de ação cujo temperamento e as implicações expressivas valem mais que uma arte cerebral.
  Na tentativa de uniformizar os comportamentos, de castrar o desejo e moldar a percepção, setores reacionários abastecidos com o poder do capital querem indivíduos medíocres, previsíveis. Mas é aí que a arte entra: delírio e atrevimento dão o tempero da contestação social/política.


                                                                                                Marta Dinamite

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Música e subversão:


Como apontar, de forma precisa, convincente, a capacidade da música intervir sobre as formas de consciência de uma época? A primeira resposta afobada parte do conteúdo da letra da canção. Esta é uma dimensão rica, que inclusive promove intersecções entre composição musical e literatura. Porém, o caráter político ameaçador de uma canção reside sobretudo na sua forma e no seu efeito sensual.
 Evidentemente que as qualidade sensuais de uma canção somadas a uma letra politizada, fazem um estrago danado na cultura dominante. Mas isto não é regra visto que o rock, por exemplo, assustou no passado as instituições, ainda que músicos não sustentassem letras engajadas. Mesmo sabendo que o capital consegue neutralizar expressões artísticas movidas pela revolta, façamos um esforço histórico para que a batida que bate no corpo seja valorizada enquanto manifestação de crítica e rebeldia. E não é qualquer batida, qualquer dancinha, qualquer rebolado. Em suas substância sensível a música libertária é aquela que diz não ao burguês.


                                                                                               Tupinik

terça-feira, 2 de junho de 2015

A produção artística do proletariado:

Os caminhos para obter consciência de classe é cheio de riscos e desencontros. A greve e o debate político são sem dúvida meios que possibilitam a formação ideológica e o fortalecimento  da classe trabalhadora. Dentro deste processo político devemos nos perguntar como estrutura-se a percepção do trabalhador: como a sua sensibilidade e suas capacidades criativas são postas e pensadas no processo político?
 A arte e o estímulo da criação artística, propiciam um horizonte ideológico no qual as lutas operárias se fortalecem. Para não ser uma presa fácil da cultura de massa e das instituições conservadoras da nossa sociedade, o proletariado deve proceder na criação de uma vida cultural combativa: é isto que pode contribuir para o desenvolvimento de uma nova sensibilidade, que surge em meio às greves, por exemplo. A estratégia artística não é um detalhe mas um ponto vital para que o proletariado avance politicamente.


                                                                                                     Lenito

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Cultura e política: o problema é o stalinismo e não o comunismo


A redição do clássico O Retrato, do jornalista Osvaldo Peralva, deixou os detratores do marxismo pra lá de animadinhos. Se no livro o jornalista, que foi militante do Partido Comunista Brasileiro, faz uma crítica virulenta contra " o comunismo ", deve-se perguntar o que isto corresponde exatamente em termos políticos e culturais. Enquanto intelectual, Peralva denúncia o que o stalinismo sempre reprimiu: a crítica, a liberdade, a memória, a criatividade. Mas se os crimes de Stálin são fatos que trouxeram não apenas prejuízos políticos mas culturais(as bobagens estéticas do chamado realismo socialista, ainda respiram por aparelho...) , isto não pode ser confundido com as ideias e o projeto político revolucionário do marxismo.
  O livro de Osvaldo Peralva serve para compreendermos as deformações que o marxismo sofreu nas mãos do stalinismo. Tratando-se especificamente de arte, assunto central do nosso blog, é nosso dever denunciar os intelectuais burgueses que hoje fazem uso dos desastres do stalinismo para difamar o comunismo.


                                                                                             Os Independentes